segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Característica da Lenda do Boitatá


   Lenda do Boitatá

              Há registro de que a primeira versão da história do "Boitatá" 
   foi feita pelo padre José de Anchieta, que o denominou com o termo tupi
   Mbaetatá - coisa de fogo. A  idéia era de uma luz que se movimentava no
   espaço, daí, " Veio a imagem da marcha ondulada da serpente ". Foi essa
   imagem que se consagrou na imaginação popular. Descrevem o Boitatá como
   uma serpente com olhos que parecem dois faróis, couro transparente, que
   brilha  nas  noites  em que aparece deslizando nas campinas, nas beiras
   dos rios. Conta a lenda que houve um período de noite sem fim nas matas.
   Além  da  escuridão ,  houve  uma  enorme  enchente  causada por chuvas
   torrenciais. Assustados, os animais correram para um ponto mais elevado
   afim de se protegerem. A boiguaçu, (MBoi=serpente, cobra / Guaçu=Grande)
   uma cobra que vivia numa gruta escura, acorda com a inundação e faminta,
   decide  sair  em busca de alimento, com a vantagem de ser o único bicho
   acostumado  a  enxergar na escuridão. Decide comer a parte que mais lhe
   apetecia ,  os  olhos dos animais. E de tanto comê-los vai ficando toda
   luminosa , cheia de luz de todos esses olhos. O seu corpo transforma-se
   em um conjunto de pupilas rutilantes , uma bola de fogo, um clarão vivo,
   a boitatá (cobra de fogo). Ao mesmo tempo sua pouca alimentação deixa a
   boiguaçu  muito  fraca.  Ela  morre  e reaparece nas matas serpenteando
   luminosa.  Quem  encontra  esse  ser fantástico nas campinas pode ficar
   cego ,  morrer  ou  até  enlouquecer.  Assim, para evitar o desastre os
   homens acreditam que têm que ficar parados, sem respirar e de olhos bem
   fechados.  A  tentativa  de escapulir apresenta riscos porque a boitatá
   pode  imaginar a fuga de alguém que ateou fogo nas matas. No Rio Grande
   do Sul ,  acredita-se  que  a " boitatá " é a protetora das matas e das
   campinas.  A  verdade é que a idéia de uma cobra luminosa, protetora de
   campinas  e  dos campos aparece freqüentemente na literatura brasileira.

                     (Lenda indígena )





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